Cultura | 13-04-2024 21:00

Legalização de teatro de Alverca envolvida em teia burocrática

Legalização de teatro de Alverca envolvida em teia burocrática
Teatro Estúdio Ildefonso Valério é a casa da companhia de teatro Cegada. FOTO CEGADA

Teatro Estúdio Ildefonso Valério foi construído após o 25 de Abril e nunca foi formalmente legalizado. Inspecção Geral das Actividades Culturais detectou irregularidades que tiveram de ser rectificadas.

Ainda está a ser realizado o estudo prévio e o projecto encomendado pelo município de Vila Franca de Xira visando dar o primeiro passo para poder legalizar e posteriormente requalificar o Teatro Estúdio Ildefonso Valério (TEIV) e a sua zona envolvente, em Alverca. O espaço é a casa da companhia de teatro Cegada. O edifício está envolvido num imbróglio desde que foi construído sem licença logo após a revolução de Abril de 1974 e precisa de obras para poder continuar a funcionar como sala de espectáculos aberta ao público e permitir que o Cegada obtenha maiores apoios da Direcção-Geral das Artes.
O terreno onde está o teatro integra o domínio público municipal sendo que toda a área do edifício – que inclui também uma cafetaria, outras instalações associativas e um espaço de apoio à limpeza e higiene urbana – é gerido pela União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho. O espaço nunca foi formalmente objecto de escritura pela junta apesar de existirem documentos que provam a sua posse. O actual executivo da junta, liderado por Cláudio Lotra, já se mostrou disponível para avançar com a escritura, que tem de ser deliberada em assembleia de freguesia e posteriormente ceder o imóvel à Câmara de Vila Franca de Xira mas apenas quando o estudo prévio e o projecto para o espaço estiver pronto. Para legalizar o espaço é preciso desafectar o terreno do domínio público municipal e integrá-lo no domínio privado municipal implicando para isso a elaboração do estudo prévio e de um projecto, que está em curso. O objectivo da câmara é vir a promover uma requalificação completa de todo o largo em que se encontra o TEIV, incluindo o polidesportivo que se encontra ao seu lado. O município explica a O MIRANTE que os serviços municipais de cultura já efectuaram a recolha e análise das indicações, critérios, parâmetros e requisitos necessários para a concretização do estudo prévio e do projecto. Este foi um dos dossiês complicados por resolver que foram herdados pela gestão de Fernando Paulo Ferreira e um dos que há muito espera por uma intervenção.
O impasse na legalização do teatro tem gerado apreensão nos responsáveis da companhia Cegada mas também nos autarcas e eleitos das assembleias municipais e de freguesia. Numa das últimas assembleias de freguesia de Alverca do Ribatejo e Sobralinho o eleito Rui Valadas, da bancada do CDS, voltou a questionar o executivo da junta sobre os passos que têm sido dados para desbloquear o problema do teatro.
Numa acção inspectiva ao teatro no último ano, recorde-se, feita pela Inspeção-Geral das Actividades Culturais (IGAC), foram detectadas irregularidades que precisaram de ser melhoradas, incluindo a necessidade de serem criados espaços de acessibilidade diversificada aos camarins e promover uma separação entre os adereços e material de cenografia do resto do palco e dos locais onde se encontra o público.

Cegada recebe apoio extraordinário

A Companhia de Teatro Cegada, de Alverca, vai receber um apoio extraordinário do município de Vila Franca de Xira no valor de 90 mil euros, como forma de compensação pelo facto da companhia ter ficado excluída dos apoios da Direcção-Geral das Artes e assim poder continuar a apresentar uma programação diversificada à comunidade. A proposta para apoiar o Cegada de forma extraordinária partiu da bancada da coligação Nova Geração, liderada por David Pato Ferreira e foi aprovada por unanimidade.
Aos 90 mil euros somam-se outros 40 mil euros que o grupo vai receber anualmente, até 2026, no âmbito dos apoios gerais à actividade dos grupos de teatro profissional do concelho, que também contemplam a vizinha companhia teatral Inestética. “A aprovação por unanimidade deste apoio anual extraordinário mantém o teatro público aberto à comunidade e a desenvolver oficinas de teatro para a infância, ciclos temáticos para estabelecimentos de ensino e criadores de dimensão nacional”, refere o Cegada em comunicado.

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