Opinião | 09-05-2024 07:00

A greve dos vigilantes da natureza e o país das financeiras e da Caixa Geral de Depósitos

A greve dos 150 vigilantes da natureza que nem têm direito a fardamento, o assédio das financeiras que voltam ao ataque, contando com a ajuda dos tribunais, e a Caixa Geral de Depósitos que é o banco campeão das reclamações.

Emprestar dinheiro é o negócio da moda. Queres comprar carro em 60 meses? É só assinares os papéis da financeira que trabalha com a marca do carro. Os exemplos são muitos e não quero estar aqui a fazer publicidade a produtos. Mas não vou deixar de contar o que acho desta forma de ganhar dinheiro das empresas que facilitam o crédito cada vez mais, com cada vez mais facilidades, sabendo que os tribunais não têm limites para as queixas e que, no fundo, também vivem disso como se a Justiça fosse um negócio como outro qualquer. Os juros das financeiras estão três vezes acima daquilo que os bancos emprestam às empresas. Mas também aqui temos que fazer uma ressalva. Quem tiver dinheiro a prazo e tenha uma vida financeira sem problemas paga metade daquilo que pagam os que não oferecem essas garantias.
O que me leva a escrever esta crónica sobre este tema é vivermos num mundo sem rei nem roque, sem autoridades a sério que sejam reguladoras do mercado, e que não deixem que volte a acontecer o que todos sabemos que aconteceu com o império do BES, em que perdeu o país e perderam os clientes que confiaram nos banqueiros e nos seus homens de mão que jamais serão responsabilizados. Em Portugal não há entidades fiscalizadoras para estas financeiras, cada um faz o que quer e como quer, aproveitando a iliteracia do consumidor. A democracia portuguesa não tem uma autoridade que impeça a chantagem, o assédio e muitas vezes a extorsão.
O Governo está a preparar-se para enfrentar uma greve dos Vigilantes da Natureza, cerca de 150 profissionais a nível nacional que querem o mínimo dos mínimos do Governo como, por exemplo, fardamento e material para poderem trabalhar. Parece anedota mas não é. Os vigilantes da natureza vão fazer greve embora sejam só 150 almas que nem têm direito a antena televisiva porque é como se não existissem, e o Governo de Portugal não saiba que tem a responsabilidade de fiscalizar os crimes ambientais.
Quem é que diz que viver dos envelopes com dinheiro do motorista de serviço é uma coisa anormal na vida de um primeiro-ministro em Portugal? Quem é que acredita que António Costa quer ir para o Parlamento Europeu e quer a Justiça só a trabalhar para ele a velocidade de cruzeiro, depois de ter contratado um chefe de gabinete que foi apanhado com 80 mil euros escondidos nas prateleiras do seu gabinete, onde se resolviam os assuntos mais importantes do país? Em algum país do mundo um político sobrevivia a uma publicidade do Ikea, que o devia ter deixado na merda, e aparentemente ainda lhe deu mais razões para querer ir fazer política ao lado dos políticos europeus que se demitem e voltam para as suas profissões só por lhes ter caído um cabelo na sopa?


Uma nota de rodapé para registar que segundo o Portal da Queixa a Caixa Geral de Depósitos, o banco do Estado, foi o campeão das reclamações em Portugal durante o primeiro trimestre deste ano. Das 1800 reclamações recebidas e relacionadas com o sector da banca 27,8% são direccionadas à Caixa Geral de Depósitos. Se isto não é notícia nos 50 anos do 25 de Abril em desfavor dos democratas do PSD e do PS que nos governam desde há meio século, a que porta é que devemos bater para que o Estado dê o exemplo e não seja o cão de fila da matilha? JAE.

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