A Estrada Nacional(EN) 10 volta a ser notícia pelos piores motivos, figurando nas estatísticas como a segunda estrada mais perigosa do país em 2018, com registo de oito pontos negros que, por si só, foram responsáveis por 47 acidentes envolvendo 88 veículos. Dessas colisões resultou a morte de um condutor, quatro pessoas ficaram feridas com gravidade e outras 55 escaparam com ferimentos ligeiros. No concelho de Vila Franca de Xira as zonas mais perigosas situam-se no atravessamento das cidades de Alverca e Póvoa de Santa Iria. Um ponto negro é um troço com um máximo de 200 metros de extensão onde se registaram, pelo menos, cinco acidentes com vítimas durante um ano.
O elevado movimento de tráfego na EN10, aliado ao facto de alguns troços estarem com o piso em mau estado e com sinalização deficiente, incluindo passadeiras praticamente apagadas, pode ajudar a explicar estes números, só batidos no relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) pelo IC19 (entre Sintra e Lisboa) com nove pontos negros. A Auto-Estrada do Sul (A2) é a terceira mais perigosa do território nacional, com seis pontos negros.
A recente proposta dos autarcas de Vila Franca de Xira em abolir as portagens no troço da Auto-Estrada do Norte (A1) que atravessa o concelho tinha como principal argumento, precisamente, o incremento da segurança na Nacional 10, permitindo aliviar o fluxo de trânsito daquela via. Essa proposta acabou por não passar no Parlamento.

Mais de 500 mortos nas estradas em 2018
Os dados da ANSR mostram que no último ano as estradas portuguesas tornaram-se mais perigosas, com registo de mais 10 pontos negros do que tem igual período de 2017. Ao todo houve registo de 34.235 acidentes com vítimas, das quais 508 mortais, ocorridas no local do acidente ou durante o transporte para o hospital. 2.141 pessoas ficaram feridas com gravidade e 41.356 foram registadas como feridos ligeiros.
Apesar das estradas terem ficado mais perigosas aquela entidade registou menos 181 acidentes com vítimas do que em comparação com o ano anterior, incluindo menos duas vítimas mortais, menos 57 feridos graves e menos 431 feridos leves, situação que pode ser explicada, por exemplo, com o aumento de novos automóveis em circulação com sistemas mais avançados de segurança activa e passiva.