Vítor Silva e Ana Umbelino são os primeiros voluntários da Refood Santarém a chegar à sede deste projecto que visa combater o desperdício alimentar e ajudar os mais carenciados da cidade. No Largo dos Pasteleiros, no centro histórico de Santarém, são várias as pessoas que aguardam silenciosamente por uma refeição. Na tarde de quinta-feira, 24 de Dezembro, a Refood decidiu doar uma ceia de Natal que incluiu, além de bacalhau com broa, o tradicional bolo-rei e mais umas ofertas para aconchegar os estômagos destas famílias.
À entrada do edifício, cedido pela Santa Casa da Misericórdia de Santarém, uma carrinha da Associação de Shorinji Kempo, de Salvaterra de Magos, traz todas as refeições. Nuno Monteiro, dirigente da associação, explica a O MIRANTE que quiseram associar-se à Refood Santarém e ajudar a dar uma noite de Natal mais acolhedora a famílias mais carenciadas. Foram os sócios que na noite anterior e na manhã da véspera de Natal confeccionaram o jantar e as sobremesas. Às 15h30 começaram a distribuir a ceia de Natal. “Há sempre alguém que precisa de ajuda e gostamos de contribuir para o verdadeiro significado do Natal, que é ajudar o próximo”, afirma Nuno Monteiro.
Vítor Silva, que é um dos responsáveis da Refood Santarém, afirma que ajudam diariamente 55 pessoas distribuídas por 22 famílias. Se aparecer mais alguém a pedir ajuda também possuem bens alimentares para oferecer. O director comercial da Tagusgás conta a O MIRANTE que os pedidos de ajuda têm aumentado com a pandemia. “Tentamos aquecer os corações das famílias que precisam aproveitando o combate ao desperdício alimentar ajudando quem necessita”, sublinha acrescentando que recolhem desperdícios alimentares nos hipermercados Continente e Aldi. Além das 22 famílias ajudam entre oito a dez Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho.
Na sala de reuniões da Refood não faltavam bolos-reis e outras iguarias para distribuir. Nas mesas da cozinha, o grupo de voluntários de Salvaterra de Magos retira as refeições quentes do interior das caixas de cartão onde vinham acondicionadas e distribuem à pessoas que as recebem. Ana Umbelino é voluntária da Refood e não larga o dossiê onde está anotado quantas refeições cada pessoa tem que levar. Admite que ser voluntária dá trabalho mas é recompensador. “Gosto de ajudar e há sempre alguém que precisa de uma palavra afectuosa ou de um carinho”, refere.