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Vialonga precisa de um centro de saúde  de raiz e não de mais um improviso
Três dos membros da Comissão de Utentes de Saúde de Vialonga: Isabel Pato, João Guerreiro e Fernanda Pinheiro

Vialonga precisa de um centro de saúde  de raiz e não de mais um improviso

¯A Comissão de Utentes de Saúde de Vialonga é uma estrutura criada há 19 anos para defender mais e melhor prestação de cuidados de saúde na localidade, onde existem cerca de mil e quinhentas pessoas sem médico de família. Nesta entrevista a O MIRANTE, o grupo fala do novo centro de saúde, do devoluto Palácio da Flamenga e dos problemas que se sentem na actual Unidade de Saúde Familiar.

A obra do novo Centro de Saúde de Vialonga é positiva para a localidade mas não chega para as necessidades de futuro. A convicção é da Comissão de Utentes de Saúde de Vialonga que continua a defender a necessidade da vila receber um centro de saúde construído de raiz para dar resposta às necessidades.
“Como adaptação que é, não vai conseguir responder a muitos dos problemas que daqui a meia dúzia de anos se vão sentir. Daqui a pouco tempo vai chegar-se à conclusão que aquele espaço já não servirá para as necessidades”, alerta a comissão a O MIRANTE. O novo centro de saúde, recorde-se, está a ser criado no antigo ninho de empresas, adaptado e transformado para o efeito. As obras estão prontas mas o edifício ainda aguarda pelos equipamentos.
“A comissão sempre lutou para que fosse construído um centro de raiz mas a câmara, que é quem poderia dar resposta a esse nível, nunca se mostrou disponível para resolver esse problema”, criticam Isabel Pato, João Guerreiro e Fernanda Pinheiro, três dos dirigentes da comissão. Lamentam que a comissão nunca tenha sido ouvida pela câmara no processo de escolha do local, defendem mais estacionamento na zona e temem as limitações do espaço.
“Tem mais salas que o centro de saúde actual mas são bem mais pequenas. As salas de espera vão ser também pequenas e o circuito dos utentes no interior terá de ser melhorado, bem como o circuito dos lixos que não deve passar pelo interior do centro. A Administração Regional de Saúde aceitou a proposta da câmara de instalar o centro de saúde naquele local, agora terá de o munir de boas condições. Já é tempo de ter outros olhos para Vialonga”, afirmam.
A comissão é composta por 11 elementos da comunidade. Alguns, como João Guerreiro, estão reformados, mas outros, como Isabel Pato e Fernanda Pinheiro, ainda trabalham. Isabel é empregada de escritório e Fernanda é técnica administrativa. Juntaram-se à comissão para tentar ajudar a comunidade. A comissão foi formada em reunião pública, em 2002, já na altura reivindicando um novo centro de saúde. Ouvem as queixas dos utentes e reúnem-se com frequência com a administração do centro de saúde.
O problema mais sentido pelos utentes actualmente é o funcionamento deficiente das linhas de atendimento telefónico do centro de saúde, que serve 20.409 utentes e está quase sempre impedido ou sem que ninguém atenda a chamada. O elevado número de doentes sem médico de família – 1.400 – também preocupa a comissão. “Valorizamos o esforço que o pessoal médico está a fazer para contactar os seus utentes mas é claramente preciso termos mais médicos na USF. A vila continua a crescer e este é um problema que se tende a agravar”, alertam.

Palácio da Flamenga não deve ser demolido
Uma das lutas antigas da comissão passa pela defesa da recuperação e aproveitamento do Palácio da Flamenga, que está abandonado há décadas e que o grupo defende não dever ser demolido. “É um património que deveria ser elevado e considerado na freguesia. Há muitas oportunidades para aquele local, desde centro de saúde a unidade de cuidados continuados. Há tantas candidaturas que se podem fazer para o recuperar. Não se percebe porque não há investimento nele”, dizem.
Defensores acérrimos do Serviço Nacional de Saúde, os membros da comissão fazem elogios ao Hospital Vila Franca de Xira que nos últimos anos funcionou em regime de parceria público-privada. Lamentam o estacionamento pago e o facto do hospital ser demasiado pequeno para as necessidades actuais. “Não foi uma construção de futuro”, consideram.
O grupo diz-se motivado a continuar a lutar pela defesa dos serviços de saúde na freguesia mas João Guerreiro lamenta que muita gente ainda esteja desinteressada do mundo que a rodeia. “Muitos moradores sabem refilar e criticar as coisas mas depois, na hora de participarem e fazerem a diferença, não aparecem. Felizmente, em Vialonga ainda há muitas pessoas que vão alinhando e colaborando”, afirma.
“Os nossos alertas e pressão que fazemos junto das entidades em alguns casos melhoraram o que estava mal. Noutros casos ainda não. Mas não será por levarem muitos anos a resolver as necessidades que vamos desistir”, promete o grupo.

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