Sociedade | 17-03-2024 07:00

Mães sem creche para os filhos voltam a exigir soluções à Câmara de Benavente

Mães sem creche para os filhos voltam a exigir soluções à Câmara de Benavente
Mães de Benavente estão apreensivas quanto ao futuro e não têm onde deixar os filhos

Município de Benavente é um dos mais afectados com a falta de vagas na valência de creche. Oferta pública está lotada e não existem privados nesta área. Mães estão desesperadas e voltaram à carga, desta vez com os filhos, na assembleia municipal.

O futuro laboral continua incerto para as mães do concelho de Benavente que não têm creche onde deixar os filhos por falta de oferta pública e privada no concelho. Andreia Ferreira, com um filho nascido em Julho de 2023, diz que ou escolhe pagar 400 euros numa creche privada, fora do concelho, ou escolhe pagar a renda da casa. “Coloquei licença alargada, que não paga contas, mas os oito meses de tempo máximo está a acabar e continuo sem alternativa. Vou regressar ao trabalho e estou a entrar em desespero porque não tenho rede de apoio. Eu fui criada com os meus avós mas o meu filho não tem essa possibilidade”, diz.
Um grupo de mães deslocou-se com os filhos até à Assembleia Municipal de Benavente. Ana Sofia Graça, que já tinha questionado a câmara numa reunião pública, ainda grávida, voltou a confrontar o executivo agora que foi mãe de gémeos. “Os meus filhos nasceram em Janeiro, inscrevi-os na creche do Padre Tobias e disseram que não tinham vaga. Em Setembro regresso ao trabalho e não tenho onde os deixar. Vamos conseguir ter nessa altura alguma solução, paga ou não paga, sem ser as amas que não conheço e não sei se tomam conta dos meus filhos ou não. Será que tenho de deixar o emprego para ficar em casa com os meus filhos?”, interroga-se.
Deolinda Gomes, que tem levantado o problema em reuniões de câmara, ofereceu-se para ajudar nas obras que estão a decorrer na creche que era dos Miúdos e Companhia, em Samora Correia e que ainda não tem data de abertura. Érica Catarino também levou o filho à assembleia municipal e voltou a confrontar o presidente da câmara, Carlos Coutinho. “Não quer dar datas de abertura mas ao menos que nos diga alguma coisa. Tem de entender que somos os prejudicados neste assunto”, afirmou.

Verbas insuficientes para alargar oferta
Carlos Coutinho voltou a dizer que a câmara está a fazer todos os esforços para a abertura da creche em Samora Correia e recordou que para as obras começarem foi necessária aprovação da Segurança Social, o que acabou por atrasar o início das intervenções. O autarca explica que já existem projectos para creche em Samora Correia e Benavente mas que para serem concretizados é preciso dinheiro. A comparticipação pública para apoio à construção de creches é de quatro mil euros por utente e uma obra destas “custa muito mais do que isso”.
O PSD tem criticado o executivo CDU. O eleito na assembleia municipal, Ricardo Oliveira, considera que não foram acauteladas as infraestruturas básicas para acolher as famílias. “O drama vai-se intensificar. As famílias que pensem em vir viver para o concelho vão à internet pesquisar e vêem que não há creches, as escolas estão a rebentar pelas costuras, não há habitação e não há médicos”.

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