Sociedade | 14-04-2024 12:00

Livro sobre a cadeia de Caxias preserva a memória da luta contra a ditadura

Livro sobre a cadeia de Caxias preserva a memória da luta contra a ditadura
Da esquerda para a direita: José Oliveira, Jaime Fernandes, Madeira Lopes e Carlos Cruz

Livro “Cadeia de Caxias – a repressão fascista e a luta pela liberdade” foi apresentado em Santarém perante reduzida plateia. Por essa prisão do antigo regime passaram mais de 10 mil presos políticos.

Os presos políticos que estavam na cadeia de Caxias em 25 de Abril de 1974 só souberam da revolução quando o antigo regime já estava deposto. Jaime Fernandes, natural do concelho de Santarém, foi um dos muitos que passou essa data marcante na prisão por desenvolver actividades contra a ditadura e deu conta dessa circunstância na apresentação do livro “Cadeia de Caxias – a repressão fascista e a luta pela liberdade”, na tarde de 4 de Abril, na Sala de Leitura Bernardo Santareno, em Santarém. A obra foi publicada pela União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP).
A revolução de 25 de Abril triunfou porque o povo não a deixou morrer. Saiu à rua nesse dia e juntou-se aos militares dando-lhes um apoio e alento inequívocos, sublinhou Carlos Cruz, que também passou pela cadeia de Caxias como preso político mas não estava encarcerado no dia da revolução. José Oliveira, da URAP, referiu que o 25 de Abril “não caiu do céu” e foi uma luta de muitos anos cuja memória deve ser preservada.
É esse o objectivo do livro agora lançado, e de anteriores publicações da URAP, “para que a repressão da ditadura e a luta anti-fascista não caiam no esquecimento”. A apresentação do livro integrou o programa de comemorações do 25 de Abril em Santarém tendo contado com uma breve introdução por parte de João Madeira Lopes, da associação que co-organiza o programa de celebrações em Santarém.
Jaime Fernandes também tem contribuído para a preservação da memória desse período e na tarde de quinta-feira, 11 de Abril, apresenta na Sociedade Recreativa Operária de Santarém o livro “Em Abril águas mil” sobre a resistência à ditadura.
Na sessão realizada na Sala de Leitura Bernardo Santareno a plateia não contou com mais de uma dúzia de interessados numa cidade que teve papel importante na revolução e que conta com um vasto programa comemorativo do cinquentenário da Revolução dos Cravos. Uma professora do ensino secundário pôs o dedo na ferida, aludindo ao desconhecimento e desinteresse dos jovens sobre esse período da nossa História contemporânea apontando o dedo à escola e também aos pais.

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