Sociedade | 08-05-2024 10:00

Chefe de gabinete de Paulo Queimado ocupa o lugar de encarregado-geral das obras

Chefe de gabinete de Paulo Queimado ocupa o lugar de encarregado-geral das obras
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Júlio Santos é chefe de gabinete de Paulo Queimado há vários anos, mas as tarefas que desempenha são as de encarregado-geral. fotoDR

Júlio Santos é chefe de gabinete de Paulo Queimado na Câmara da Chamusca e está há vários anos a desempenhar as funções de encarregado-geral, depois do executivo socialista ter “chutado” o único encarregado-geral da autarquia para um gabinete isolado no campo de jogos.

Embora tenha sido nomeado para assessorar o presidente, o chefe de gabinete na Chamusca é na realidade um “fiscal” de obras, embora seja consensual que é dos que mais trabalha no município.

Júlio Santos, chefe de gabinete de apoio à presidência de Paulo Queimado, é há vários anos o encarregado-geral da Câmara Municipal da Chamusca e principal responsável pelo Parque das Máquinas. Paulo Queimado nomeou-o para ser o seu braço direito e tratar dos assuntos e do expediente nas suas ausências, mas O MIRANTE apurou que há vários anos Júlio Santos não faz mais nada a não ser controlar os funcionários que andam na rua e as obras que estão em curso pelo concelho. “É provavelmente a pessoa que mais trabalha nesta câmara municipal, mas a questão é que não está cumprir com as funções para as quais foi nomeado. Muitos dos funcionários não vão à bola com ele porque é uma pessoa muito fechada, mas é trabalhador”, refere ao nosso jornal fonte próxima do município, que adianta que o Parque de Máquinas está em auto-gestão. Júlio Santos é “encarregado-geral” da Câmara da Chamusca desde que Paulo Queimado e Cláudia Moreira, vice-presidente da autarquia, “chutaram” para um gabinete das instalações do campo de jogos o único encarregado-geral da autarquia, Fernando Brás. Há mais de seis anos que o executivo socialista decidiu deixar Fernando Brás sem trabalho, embora recebendo o ordenado a tempo e horas. Depois da saída de Rui Hipólito de chefe de gabinete de Paulo Queimado, em 2020, Júlio Santos, que era adjunto, passou a assumir o cargo embora tenha mantido as funções de encarregado-geral que já vinha a desempenhar desde que Fernando Brás foi desterrado para um gabinete. “Um chefe de gabinete tem de assessorar o presidente da câmara na sua actuação política e administrativa e assegurar a sua representação se for caso disso, para além de organizar a agenda, entre outras tarefas de responsabilidade. A verdade é que o chefe de gabinete da presidência na Câmara da Chamusca faz tudo menos o trabalho para o qual foi nomeado”, afirma a mesma fonte.

Perseguição e abuso de poder
Na edição passada de O MIRANTE, que foi para as bancas a 25 de Abril, Dia da Liberdade, voltámos a dar visibilidade à história de Fernando Brás, publicada pela primeira vez em 2020, embora o mesmo tenha declinado prestar declarações. Falámos com um jurista sobre a situação em que foi colocado o encarregado-geral da autarquia, que foi peremptório em afirmar que podemos estar na presença de eventual “abuso de poder e de perseguição que o Ministério Público deve averiguar. Quem extravasar o poder que tem para prejudicar alguém tem que responder por isso. Esta situação está a prejudicar os serviços da câmara municipal, há uma má gestão dos recursos humanos da autarquia que lesa o município, como é evidente na história que O MIRANTE contou há quatro anos, e que não teve qualquer efeito na atitude e na gestão dos políticos que governam a câmara. Tendo em conta que o facto é conhecido, e se repete há pelo menos há seis anos, é do conhecimento público e é comentado em toda a vila, certamente que as autoridades não deixarão de actuar, porque está em causa o estado de direito e a ofensa à dignidade de uma pessoa”, diz em jeito de conclusão o jurista que aceitou conversar com o nosso jornal.

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