Abel Lucas é uma das figuras mais conhecidas do concelho da Chamusca principalmente devido à sua profissão de marceneiro e, mais tarde, à sua ligação como administrador de uma agência funerária. Uma actividade nunca impediu a outra e pode dizer-se que Abel Lucas é um homem de dois ofícios, o que é muito raro encontrar nos dias de hoje em que os trabalhos já não são como dantes. Abel Lucas é um bairrista mas não deixa de criticar o que vai mal na sua terra se lhe pedirem opinião. Por isso critica a falta de visão dos políticos, a incapacidade dos governantes para termos um rio Tejo sem poluição, um centro de saúde que sirva a população. O MIRANTE dá-lhe a última página de Honra em vésperas da Semana da Ascensão, a festa maior da vila do concelho da Chamusca.

Paulo Vicente é electricista e gere uma empresa da qual é o principal operário. O jornalista que escreve este texto é testemunha disso porque Paulo Vicente é o electricista lá de casa que está quase sempre do outro lado do telefone para atender emergências. O ofício de Paulo Vicente está em extinção, como o de Abel Lucas, mas só aparentemente. Os robôs nunca poderão substituir as mãos de um bom merceneiro e muito menos as capacidades de um electricista. Paulo Vicente alia a sua actividade profissional à actividade musical de concertinista e dirigente do Grupo de Danças e Cantares da Chamusca e do Ribatejo, um dos que ainda resiste à falta de associações culturais e recreativas naquele concelho. Pela sua actividade como agente cultural O MIRANTE dedica-lhe a última página de Honra e espera vê-lo a actuar com o seu grupo nas festas da terra que prestam homenagem à Ascensão.