Política | 03-05-2024 15:00

“Não podemos viver num país onde as pessoas estão horas à espera para serem vistas por um médico”

“Não podemos viver num país onde as pessoas estão horas à espera para serem vistas por um médico”
Vasco Estrela, 52 anos, Presidente da Câmara Municipal de Mação

Autarcas de Mação discursaram nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril colocando o dedo na ferida em alguns aspectos, como a falta de resposta dos serviços públicos e as desigualdades que ainda existem.

Vasco Estrela, Saldanha Rocha, Cláudia Cordeiro e José António Almeida discursaram na sessão solene da Assembleia Municipal de Mação, deixando mensagens de resiliência, esperança e reflexão na data que, de forma unanime, consideram a mais importante da história do país: o 25 de Abril. No entanto, também colocaram o dedo na ferida em relação a algumas lacunas que consideram ainda existir.
Cláudia Cordeiro foi a primeira a usar da palavra: “o poder só é nosso enquanto nos pertence. O poder pode-nos cegar, não deixar ver além dos nossos olhos e isolar-nos numa redoma. Hoje podemos viver em liberdade graças ao acto de coragem, bravura e fé dos heróis de Abril que se atravessaram à frente de uma ditadura de 48 anos”, enalteceu. José António Almeida, director do Agrupamento de Escolas de Mação considera a data a mais importante do “Portugal moderno”, acrescentando que nenhum outro acontecimento marcou de forma tão visível e abrangente o país. “Abril é dos portugueses, não é de nenhuma ideologoia nem de nenhum partido em concreto. Todos nós temos obrigação de o cuidar e continuar a trabalhar pelo direito à liberdade”, terminou.
O presidente da assembleia municipal, Saldanha Rocha, começou por relembrar a bravura de quem, há 50 anos, teve coragem de traçar novos caminhos. Saldanha Rocha afirmou que depois do 25 de Abril de 1974 a responsabilidade e dever de evoluir deve ser uma constante na sociedade, relembrando que todo o tempo é de luta. “Há sombras que devemos rejeitar e gestos que devemos retorquir para que o sol que nos trouxe a luz não escureça. É preciso ter respeito pela liberdade e por este dia”, vincou. Para o presidente do município, Vasco Estrela, mais do que homenagear e agradecer a todos que fizeram o 25 de Abril, é fundamental continuar a honrar o sonho das pessoas que lutaram pela liberdade e democracia. “Temos de manter vivo o sonho de quem acreditou que todo e cada um deveria ser livre. Sem esse sonho que tornou Abril possível nenhum de nós viveria esta data, nem seria tão feliz”, disse, acrescentando: “temos de entender que nada é absolutamente perfeito e que a vontade do povo deve ser respeitada. Não podemos cair em vendedores de ilusões que dizem o que gostam de ouvir ou em populismos”, afirmou, concluindo que “não podemos viver num país cada vez menos coeso, com níveis de desenvolvimentos desiguais, com serviços públicos que não funcionam, um país onde os cidadãos estão horas no centro de saúde para serem vistos por um médico e com o drama do acesso à habitação”.

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