Política | 01-05-2024 14:46

Assembleia Municipal de Tomar chumbou prestação de contas de 2023

Assembleia Municipal de Tomar chumbou prestação de contas de 2023
Presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão, fala em atrasos nas linhas de financiamento e aumento da despesa por causa da Festa dos Tabuleiros

Assembleia Municipal de Tomar reprovou prestação de contas de 2023 com duras críticas à gestão socialista, essencialmente devido à baixa taxa de execução orçamental e falta de investimento.

A Assembleia Municipal de Tomar reprovou a prestação de contas do município no exercício de 2023, com 17 votos contra (PSD, CDS, Chega, CDU e BE) e 15 a favor (PS e InN). A opinião dos deputados dos partidos políticos que votaram contra foi unânime com duras críticas à governação socialista, nomeadamente a falta de estratégia e baixa taxa de execução orçamental, que se situa nos 73%.
Américo Costa (Chega) abordou a disparidade entre despesas e receitas em quase dois milhões de euros, apontando para um “desequilíbrio financeiro” que coloca em risco a estabilidade económica do município. O deputado Paulo Mendes (BE) alertou que o município não cumpriu a taxa de execução de 85% prevista pela lei, além do grau de dependência muito elevado das receitas do Estado. “Não se pode dar continuidade a esta desgovernação em que aparentemente não há estratégia e que compromete seriamente a gestão orçamental e financeira do município, quer no imediato quer no futuro”, frisou o deputado do Bloco de Esquerda, acrescentando que é necessário adoptar uma estratégia que vá ao encontro das reais necessidades do concelho.
Por sua vez, António Lourenço dos Santos (PSD) e Bruno Graça (CDU) destacaram a falta de medidas para atrair investimento, promover o desenvolvimento económico e criar emprego, combatendo o envelhecimento da população e a perda de habitantes. Ricardo Carlos (PSD) apontou para cerca de oito milhões de euros de investimento que estavam orçamentados e não foram realizados, nomeadamente nas obras de saneamento do centro histórico, requalificação da Escola Gualdim Pais, reabilitação do Jardim de Infância Raul Lopes e novo skate parque, entre outros. “Cada vez mais caminhamos para uma total dependência do turismo como o único sector de actividade em Tomar, não fazemos investimento nenhum noutra matéria que não seja no turismo”, referiu Francisco Tavares (CDS), realçando a falta de investimento no empreendedorismo.
“É verdade que em 2023 a execução ficou um pouco abaixo das expectativas, mas aquilo que eram as expectativas para a execução orçamental em 2023 nalguns grandes números efectivamente não se puderam concretizar”, afirmou o presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão (PS). O autarca explicou as condicionantes que contribuíram para esse resultado, essencialmente os atrasos nas linhas de financiamento para obras e na assinatura dos protocolos com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) que só se realizou em Setembro e no início deste ano.
O município de Tomar registou despesas no valor de 39,7 milhões de euros em 2023, o que significa um acréscimo de 13,8% em relação ao ano anterior, justificado, essencialmente, pelo aumento das despesas com pessoal que atingiu o valor de 13,2 milhões de euros. O presidente da câmara sublinhou ainda a Festa dos Tabuleiros como uma das razões para o aumento das despesas no ano transacto. As receitas representaram um valor de 37,9 milhões de euros.

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